segunda-feira, 6 de setembro de 2010

No hospício

Algo se mexe na profundeza da escuridão
Logo vejo que a camisa não mais me segura
Gostaria de sair deste quarto branco então
Uma única vez conhecer esta sala escura
Em que daçam todos numa só sinfonia
Me deixem dançar nessa monotonia

Milhares daçam esta vida neste branco salão
E me dizem que dançam ao som de tão bela melodia
Alguém, faz favor de explicar ao povão:
Já que desta gigantesca maioria
Uma boa parte é surda de doer
Dá pra imaginar, não: Viver esta sinfônia
E, Alguém, por favor, me dê alta desta hospedaria

estranhos sussurros

Cale no vale a palavra que lavra
Aquele que fale não vale  um cabra que fala
Logo me empolgo na palavra que não cala
E não me importo no foco. Cala e lavra

Não escute então, palavras bem alvas na escuridão
O cão no porão, as palmas bem bravas no salão

Vá com a pá, para lugares em partes
Amar não dá, por partes em partes
Lá para cá, não volte, nem trote
E Nem vá nem com pá, não pode com o forte

A alma é alva, mas logo é alvo
Pára com a palma, que algo está no lago
Amigo, comigo, não vamos, mas estamos
Lá no abrigo do inimigo não achamos nem amamos
Algo no alvo está errado, trancado
Vago no lago, mas este estrato está abstrato
Revejo o beijo do sol com o céu
Almejo o mesmo, mas é Carol no carrossel

Quero esmero, com paciência e sapiência
Um dia no Ébero de Eros, a vida é decência e aparência

E não mais espero no cáis, um dia de vida
Leve, mas quero mais que uma dádiva bem lida
Aquela rima de Lima, uma palavra bem calma
Vem da lira, na mira da alma que não cala
Revelo que velo por esta obra desta hora
Agora, aqui fora, vejo em minha mente um beijo