sexta-feira, 22 de abril de 2011

opiniões, pontos de vista... Pra quê?

Existiu uma escritora Norte Americana chamada Shirley Jackson que escreveu, no seu romance: A assombração da casa da colina, a seguinte frase:

Nenhum organismo vivo é capaz de manter a sanidade em condições de absoluta realidade; até mesmo cotovias e gafanhotos sonham, segundo alguns.”

            Diante disso eu me peguei divagando e devaneando... A realidade é algo realmente estranho. Pois cada um a enxerga de uma maneira diferente. E todos a discutem, defendendo piamente suas ideias e seus pontos de vista com garras e dentes como se fossem donos da verdade, como se isso comprovasse que são intelectuais, em nome do seu próprio orgulho. Algo muito estranho na verdade (pelo menos para mim).
            Do MEU ponto de vista (provavelmente errado e distorcido, mas que faz sentido [para mim, pelo menos]) alienado (sim, não leio notícia nenhuma e procuro me informar o mínimo possível sobre o que está acontecendo no mundo, pense o que quiser de mim, é verdade [porém uma verdade totalmente diferente da verdade de outro leitor]). A realidade não faz sentido se se tem uma opinião ou ponto de vista imutável formado sobre ela (verdade seja dita, qualquer coisa nunca faz muito sentido se já se tem uma opinião formada e imutável sobre ela). Por dois fatores básicos: A opinião distorce a realidade, como um prisma distorce a luz; E a realidade está em constante mudança, logo qualquer forma de opinião sobre ela despreza fatores demais  e fundamentais demais distanciando-a da realidade e se tornando ultrapassada antes mesmo que a opinião termine de ser formada.
            Simplesmente acho que ter uma opinião firme sobre qualquer coisa é desprezar as demais possibilidades. Rejeitar algo é como pré-conceito: simplesmente não faz sentido. Da mesma maneira que a maioria das discursões não fazem o menor sentido, já que ninguém é dono da verdade, ninguém sabe mais que ninguém e, no fundo, isso não importa. A maioria das discursões sobre dois pontos de vista diferentes são supérfluas e não contribuem em nada para a vida dos participantes (O que difere totalmente das discursões sobre vontades divergentes).
            Espero que não me compreendam mal, não estou dizendo para que parem de formar opiniões, ou pararem de discutir sobre a pena capital ou aborto... É só que enquanto isso o mundo está seguindo em frente, e vocês estão perdendo a viagem, se preocupando com coisas que não vão mudar de uma hora para outra e que não querem saber de vocês. Se algo aconteceu, aconteceu e teve sua repercussão, ponto. Fim da história. Os miseráveis não vão deixar de ser miseráveis com sua dó ou preocupação de que o Brasil não está fazendo nada a respeito. E também não vão deixar de ser miseráveis nem com todo o assistencialismo do mundo. O desejo de mudar tem que partir deles. E são eles aqueles devem fazer o esforço inicial, assim como todo o ser humano deve se esforçar se quer mudar sua situação atual. “Não se ajuda aqueles que não querem ser ajudados”. Ponto. Não adianta ficar discutindo isso (Os miseráveis não estão ficando mais ricos, sabia?).
            De qualquer forma, somos muito limitados. Dizemos muito e não fazemos nada (Eu me excluo disso, pelo simples fato de não falar ou reclamar do que não me é pertinente).
            E novamente não levem isso como uma reclamação, eu só estou esvaziando a cabeça com um assunto que se desenvolveu aqui dentro feito um tumor...
            Oh well... Wathever... Bem, não gostamos de agir porque sabemos que não poderíamos fazer algo melhor dos que estão fazendo errado. Reclamamos porque sabemos que tem alguém fazendo algo errado em algum lugar no globo... E aí? Como faz? Enquanto vocês quebram a cabeça sobre essa situação eu lavo minhas mãos e aproveito o show. Um dia isso muda... E quando mudar eu vou sentir falta... E a vida continua, nada é perfeito, nada é tão ruim que não possa piorar, nem tão bom que não possa melhorar.

            E não, não tenho nenhuma convicção sobre o que eu acabei de falar, não tenho certeza de nada, só sei do que eu gosto (neste exato momento) e do que eu não gosto (neste exato momento) e só sei que nada sei.

            Minha única convicção é que só existe uma verdade absoluta (que seria, para os confusos e espantados: só há uma verdade absoluta). Ponto, fim, não adianta discutir sobre isso.

As divagações de Ninguem (perda de tempo)

Olá, prazer, Me chamo Ninguém. E cale a boca e me deixe falar antes que você venha a me dizer qualquer coisa (E fique a vontade, diga, diga em tom ofendido: "ninguém me manda calar a boca").
 Pode se dizer que estou bastante insatisfeito com algumas contradições com respeito a minha pessoa. Ao mesmo em tempo que estou satisfeito que essas contradições façam sentido...
Fica quieto e escuta! (isso mesmo: “ninguém manda você ficar quieto”). Estou cansado de ouvir coisas do tipo: “Ninguém perde pra mim”, “Ninguém pode fazer de tudo”, “Ninguém é tão ruim assim...”.
Falando sério, vocês acham que é fácil ser perfeito? Saber tudo e de tudo? Fala sério... Sem falar das crises de personalidade. Como se eu já não soubesse que “Ninguém é igual a Ninguém”... Mas me expliquem isso: “Ninguém é melhor que Ninguém e Ninguém e pior que Ninguém”... COMO ASSIM?! Como posso eu ser ao mesmo tempo melhor e pior que eu mesmo? Por acaso eu tenho cara de que sou mais de uma pessoa ao mesmo tempo?...
 Claro que sim, “Ninguém consegue ser duas pessoas ao mesmo tempo”. “Ninguém consegue existir em mais de um lugar ao mesmo tempo”.
E sim, sei exatamente o que você está pensando (“Como assim, ninguém consegue ler minha mente?”). Não, eu não sei qual é o sentido da vida, Alguém sabe, eu não. Eu sei de coisas que “Ninguém sabe”, mas tenho uma forte tendência a esquecê-las, já que Alguém um dia as descobre e espalha tanto esse conhecimento que Qualquer um acaba por dominá-lo.
Mas não estamos aqui pra falar de Alguém ou Qualquer um. Estou aqui para falar de mim. E se você ainda está lendo isso já deveria ter percebido algo importante, que pode ser traduzido a partir dessas três frases:
“Só um trouxa leria algo escrito por um Ninguém”.
“Ninguém é tão trouxa assim...”.
“Ninguém é capaz de ler e entender algo que Ninguém escreveu”.

Surpresa! Você é um ninguém também! Por consequência:

Eu sou você... Buhuhihuhahahahahahaha....

O principio da ação banalizada

Éééééé... Bem... Nunca mais postei nada desde sempre (né), simplesmente porque eu nunca tenho nada para postar que valha a pena o tempo gasto para escrever e o tempo que se gasta para ler. Trocando em miúdos: Se você está lendo isso ou se sequer se deu ao trabalho de adentrar este meu domínio é porque está com muita falta do que fazer...
            ... De qualquer forma, como eu estou com bastante tempo pra perder vou compensar pelo tempo que nunca mais postei qualquer coisa. Então vamos lá.
            Você já parou para pensar por que uma notícia ruim é, em 99.9999... % dos casos, muito mais apreciada do que uma notícia boa? Como uma boa ação passa despercebida enquanto uma um deslize é sempre notado e propagado aos quatro cantos do mundo só para garantir que o culpado nunca se esqueça do que fez até alguém fazer outra estupidez maior? Pois é, nem eu.
            Mas eu tenho uma teoria (totalmente errada, talvez, mas faz sentido [para mim XD]). O problema está em que nada de bom é algo extremado ou tem potencial suficiente para se destacar de tal forma que fuja totalmente da rotina. Melhor me expressando: O nosso código informal de ética diz que o natural...
                        (...é ser feliz...)
            ...É agir de maneira correta (ou minimamente neutra) (Isso mesmo: boas ações já passaram do nível banal. Elas já são consideradas naturais). Logo: Quando se faz uma gentileza, o inconsciente coletivo da sociedade diz, numa voz fria e paterna: “você não fez nada além do que era esperado”. E a retribuição (quando positiva) é encarada exatamente da mesma forma.
            Por conseguinte qualquer ação que fuja às normas da ética é encarada como algo novo, que foge do cotidiano e da monotonia. Pior ainda, essas ações têm a capacidade de serem exageradas, de se tornarem perversamente atrativas... E são capazes de mexer com o emocional humano da maneira que o ser humano gosta (que o assuste e o faça perceber o quão boa é sua situação em relação ao que aconteceu... Por isso que histórias de terror fazem sucesso [buhuhihuhahahahaha...]). Logo o mal é melhor visto por que o bem já está banalizado (tão banalizado que percebemos que a pobreza e a violência estão se banalizando, enquanto se quer percebemos que o bem é feito).
            Disso eu concluo: Não é que não exista o bem no mundo, ou que o mundo esteja tendendo ao caos, é só que não somos capazes de perceber o bem tão bem quanto percebemos as coisas que vão de encontro às boas ações.
            (pode parar de ler agora... Pois daqí pra frente vou só desconstruir o que já foi dito)

            No final das contas isso pouco me interessa. Bem e Mal, Bom e Mau (etc. etc. etc...) não passam de convenções humanas que buscam meios de nos reprimir e impedir de agir de uma maneira ou outra que possa prejudicar outro. Um código que foi moldado e é legislado pelo todo poderoso Superego coletivo (este responsável por criar os moldes do superego individual, responsável pela culpa e pelo molde do comportamento perfeito).
            Somos todos pobres egos em busca do equilíbrio entre o id e o Superego. Literalmente tentando atender a Deus e ao Diabo ao mesmo tempo (para usar uma boa comparação nem tão boa assim). Somos índios vendo os dois lobos brigarem pela supremacia (e no final é o ego quem decide a quem ele quer dar ouvidos). Mas estou divagando.
            No final, só existe uma verdade absoluta. E todo o resto é eventual.