Existiu uma escritora Norte Americana chamada Shirley Jackson que escreveu, no seu romance: A assombração da casa da colina, a seguinte frase:
“Nenhum organismo vivo é capaz de manter a sanidade em condições de absoluta realidade; até mesmo cotovias e gafanhotos sonham, segundo alguns.”
Diante disso eu me peguei divagando e devaneando... A realidade é algo realmente estranho. Pois cada um a enxerga de uma maneira diferente. E todos a discutem, defendendo piamente suas ideias e seus pontos de vista com garras e dentes como se fossem donos da verdade, como se isso comprovasse que são intelectuais, em nome do seu próprio orgulho. Algo muito estranho na verdade (pelo menos para mim).
Do MEU ponto de vista (provavelmente errado e distorcido, mas que faz sentido [para mim, pelo menos]) alienado (sim, não leio notícia nenhuma e procuro me informar o mínimo possível sobre o que está acontecendo no mundo, pense o que quiser de mim, é verdade [porém uma verdade totalmente diferente da verdade de outro leitor]). A realidade não faz sentido se se tem uma opinião ou ponto de vista imutável formado sobre ela (verdade seja dita, qualquer coisa nunca faz muito sentido se já se tem uma opinião formada e imutável sobre ela). Por dois fatores básicos: A opinião distorce a realidade, como um prisma distorce a luz; E a realidade está em constante mudança, logo qualquer forma de opinião sobre ela despreza fatores demais e fundamentais demais distanciando-a da realidade e se tornando ultrapassada antes mesmo que a opinião termine de ser formada.
Simplesmente acho que ter uma opinião firme sobre qualquer coisa é desprezar as demais possibilidades. Rejeitar algo é como pré-conceito: simplesmente não faz sentido. Da mesma maneira que a maioria das discursões não fazem o menor sentido, já que ninguém é dono da verdade, ninguém sabe mais que ninguém e, no fundo, isso não importa. A maioria das discursões sobre dois pontos de vista diferentes são supérfluas e não contribuem em nada para a vida dos participantes (O que difere totalmente das discursões sobre vontades divergentes).
Espero que não me compreendam mal, não estou dizendo para que parem de formar opiniões, ou pararem de discutir sobre a pena capital ou aborto... É só que enquanto isso o mundo está seguindo em frente, e vocês estão perdendo a viagem, se preocupando com coisas que não vão mudar de uma hora para outra e que não querem saber de vocês. Se algo aconteceu, aconteceu e teve sua repercussão, ponto. Fim da história. Os miseráveis não vão deixar de ser miseráveis com sua dó ou preocupação de que o Brasil não está fazendo nada a respeito. E também não vão deixar de ser miseráveis nem com todo o assistencialismo do mundo. O desejo de mudar tem que partir deles. E são eles aqueles devem fazer o esforço inicial, assim como todo o ser humano deve se esforçar se quer mudar sua situação atual. “Não se ajuda aqueles que não querem ser ajudados”. Ponto. Não adianta ficar discutindo isso (Os miseráveis não estão ficando mais ricos, sabia?).
De qualquer forma, somos muito limitados. Dizemos muito e não fazemos nada (Eu me excluo disso, pelo simples fato de não falar ou reclamar do que não me é pertinente).
E novamente não levem isso como uma reclamação, eu só estou esvaziando a cabeça com um assunto que se desenvolveu aqui dentro feito um tumor...
Oh well... Wathever... Bem, não gostamos de agir porque sabemos que não poderíamos fazer algo melhor dos que estão fazendo errado. Reclamamos porque sabemos que tem alguém fazendo algo errado em algum lugar no globo... E aí? Como faz? Enquanto vocês quebram a cabeça sobre essa situação eu lavo minhas mãos e aproveito o show. Um dia isso muda... E quando mudar eu vou sentir falta... E a vida continua, nada é perfeito, nada é tão ruim que não possa piorar, nem tão bom que não possa melhorar.
E não, não tenho nenhuma convicção sobre o que eu acabei de falar, não tenho certeza de nada, só sei do que eu gosto (neste exato momento) e do que eu não gosto (neste exato momento) e só sei que nada sei.
Minha única convicção é que só existe uma verdade absoluta (que seria, para os confusos e espantados: só há uma verdade absoluta). Ponto, fim, não adianta discutir sobre isso.