Ah, mais uma vez (como de praxe) peço perdão pelos erros gramaticais/ sintáticos presentes no texto (não tenho um corretor/ revisor/ editor apropriado para esse tipo de trabalho feito por um fan de.. Ficção Moderna[? Seja lá como chamem o gênero] cujo único objetivo é entreter meus queridos leitores [Sério, se eu não estivesse publicando essa obra semanalmente, provavelmente eu já teria abandonado o projeto. E não importa quão pouco sejam meus leitores. Enquanto existir pelo menos uma pessoa lendo e curtindo essa história, eu continuarei publicando-a])
Então, é com bastante receio e expectativa, que lhes apresento:
Capítulo 5
A porta do
pequeno apartamento foi aberta e fechada brevemente. Adam entrou em sua
confortável morada. O silêncio prevaleceria não fosse o som da chuva, que
intensificava-se, e os barulhos do mundo externo. Analisando brevemente a
situação, Adam concluiu que tinha todos os cômodos só para si. Então não perdeu
tempo e foi para a cozinha onde bebeu lentamente dois copos d’água. Após o
feito, ele percebeu um bilhete preso à porta da geladeira. Ele aproximou-se e
cuidadosamente o retirou. Nele estava escrito:
Fui para a casa dos meus pais.
Sei que você está passando por muita coisa agora
e precisará de um ombro amigo em breve,
mas por ora achei melhor que você tivesse algum
espaço para lidar melhor com isso tudo.
Quando precisar é só ligar, gato.
C.
(Fui para a casa dos meus pais.
Sei que você está passando por muita coisa agora
e precisará de um ombro amigo em breve,
mas por ora achei melhor que você tivesse algum
espaço para lidar melhor com isso tudo.
Quando precisar é só ligar, gato.)
(Fui para a casa dos meus pais.
Sei que você está passando por muita coisa agora
e precisará de um ombro amigo em breve,
mas por ora achei melhor que você tivesse algum
espaço para lidar melhor com isso tudo.
Quando precisar é só ligar, gato.)
Um sorriso brotou
no rosto dele. Adam ficou algum tempo admirando aquele monograma que, com uma
simples curva misturava um “C” com um “L” e pegou-se pensando na pessoa a quem
ele pertencia. Um calor o invadiu juntamente com sentimentos de ternura e
desejo... Pensar nela causava essa sensação reconfortante e segura da paixão.
Era impressionante
como se sentia o homem mais feliz do mundo e um tolo completo perto dela, como
era capaz de lhe confessar isso e ser reconfortado com seus sorrisos.
Desconcertante. A paixão é, de fato,
algo desconcertante.
Ele pensou em ligar
para ela, mas o cansaço falou mais alto. Ele precisava relaxar, dormir um
pouco, para só então tentar curar suas feridas e desfrutar de sua boa
companhia.
Adam seguiu pelo
pequeno corredor, passando pelo quarto de hóspedes e chegando finalmente ao extremo
oposto à sala, que era onde ficava a entrada para o seu próprio quarto.
A espaçosa cama
estava arrumada, as pastas e documentos estavam organizadas da melhor maneira
possível na forma de pilhas ao lado do laptop e sobre a escrivaninha, A planta
na qual estava trabalhando fora enrolada e guardada dentro do tubo, que estava
escorado entre a escrivaninha e a cadeira. Não havia as roupas costumeiras
jogadas por cima da cadeira de escritório. O quarto estava mais bem ordenado
que de costume. E isso mais que qualquer outra coisa trouxe uma sensação de
contentamento a Adam.
“Ela também está se esforçando... E por mim...
Obrigado... De verdade”. Pensou de
maneira embargada.
Mas logo ele
tirou o blazer e jogou-o sobre a cadeira, desabotoou a camisa e a atirou sobre o
blazer. Tirou os sapatos e posicionou-os ao lado da cama. E logo deitou-se
somente com sua calça social negra.
O cansaço e o
pesar cobraram seu preço, seus olhos pesaram imediatamente, quase como se sua
mente lhe sussurrasse suavemente.
“vá dormir...” ou
“Descanse. Em. Paz...”
Adam Não resistiu
e se entregou ao sono.
Quando acordou,
em alguma hora da noite, Adam se sentiu descansado, mas confuso. Lembrava
vagamente de seu sonho, mas quanto mais tentava lembrar mais a memória parecia
lhe escapar por entre os dedos, como é o comum da maioria dos sonhos. Mas a
mente dele ainda resgatava essa pequeno e indistinto fragmento: um vermelho intenso...
Um trovão
ribombou e a primeira coisa que Adam viu depois de acordar fez seu coração
parar, seu sangue gelar, todos os seus músculos tensionaram e sua mente, devido
ao choque, ou talvez à similaridade foi lançada à alguns anos no passado,
quando leu, pela primeira vez em muito tempo, uma revistinha do Batman.
Estava a sair
pela janela que ficava pouco depois do fim da cama um vulto, aparentemente de
estatura mediana. Outro trovão ribombou e por uma fração de segundo Adam viu um
par de olhos sem pálpebras, brancos com pupilas dilatadas e uma boca cortada em
um macabro e eterno sorriso, uma face pálida como leite.
O intruso levou
lentamente o punho direito à boca fazendo um gesto que pedia silêncio,
sussurrou um suave “volte a dormir” e pulou pela janela. No feito Adam viu
reluzir o reflexo da luz de um poste da rua em um pedaço de metal que o ser
macabro carregava.
“Mas...” Pensou abobalhado “Eu moro no décimo andar...”
Ainda assustado,
o coração quase saindo pela boca e ressoando em seus ouvidos, Adam passou um
tempo parado, imóvel, petrificado. As palavras ainda pairando pelo recinto como
uma nuvem nefasta. A chuva transformara-se em tempestade no meio tempo de seu
sono.
Uma trovoada o
tirou de seu choque, uma sensação de descarga elétrica perpassou por todo seu
corpo. Rápida e silenciosamente Adam saiu de sua cama e entrou no corredor. A
escuridão dentro do apartamento era desconfortável, mas Adam não queria se arriscar
com um outro possível intruso. Agachou-se no ponto onde o corredor
encontrava-se com a sala e ficou a espreita de qualquer barulho suspeito.
Adam não saberia
dizer quanto tempo passou naquela exata posição, talvez alguns minutos, talvez
até mesmo uma hora. Mas não escutou absolutamente nada além da tempestade e
suas trovoadas.
Quando se deu por
satisfeito continuou a andar silenciosamente pela sala até o interruptor que
havia próximo à entrada. Ele pisou de leve com seus pés descalços e estranhou
alguns pontos molhados no chão, provavelmente a janela deveria ter ficado
aberta... Embora Adam estivesse convicto de que ela estava fechada quando
entrou no apartamento e ainda agora, através da fraca iluminação externa, ela
ainda parecia fechada... Talvez o intruso tenha causado essas poças quando
entrou... De qualquer forma, ele tomou cuidado extra para não escorregar. Havia
um cheiro estranho no ar, algo como... Ferrugem, muita ferrugem. algo
definitivamente estava errado.
Ao chegar no seu
destino, e depois de tatear um pouco, o interruptor foi acionado.
Infelizmente.
Pois se o interruptor estivesse quebrado ou se a energia tivesse falhado...
Talvez... Só talvez, as coisas pudessem ter sido diferentes. Porém...
...Aquela visão
ficou gravada como ferro ardente no fundo de suas retinas e evocava os seus
sonhos mais macabros. Como o que tivera agora a pouco.
A sala estava vermelha, com poças do rubro líquido
aqui e ali, as paredes e o piso e as janelas tinham marcas de mãos e pegadas. Todos
os móveis, a mesa, mesa de centro, sofá, televisão, tudo estava manchado. até
mesmo a luz estava levemente respingada pela cor carmesim. Assustado, Adam olhou-se rapidamente e percebeu que não havia nada de errado com seu corpo, nenhum arranhão, marca ou dor que indicassem que algum mal lhe havia sido feito.
Algo estalou na
mente de Adam. Uma sensação de irrealidade, onirismo. Como se sua razão lutasse
contra a percepção de seus sentidos. Como se ele lutasse para tentar acreditar
que tudo não passava de um sonho.
O choque foi
maior ao ver o desenho.
Havia, na parede
que dava para o corredor, um conjunto de três traços, um longo e dois curtos,
interceptando-se em um ponto, formando uma rubra seta, que apontava corredor
adentro.
Adam
receiosamente foi andando, chegou na entrada do corredor e acendeu a luz. O
lugar não estava tão manchado como a sala, mas havia algumas pegadas e
respingos descuidados. Ele foi seguindo pelo corredor silenciosamente. Chegou,
por fim, em frente ao quarto de hóspedes, onde ao redor do umbral várias setas
rubras o convidavam a entrar no recinto. E, temendo o que quer que pudesse estar
aguardando-o, ele agarrou a maçaneta e entrou.
A condição do
quarto era estranhamente repulsiva. A sua maior parte estava tingida naquele
líquido, salvo uma falha ou outra no chão e na parede que revelavam o quão às
pressas o “serviço” havia sido feito. Mas ao olhar para o teto, o coração de
Adam o apertou com força, e ele passou alguns momentos lutando contra um
desespero insuportável.
Havia um circulo
muito mal feito ao redor da lâmpada que estava intocado pelo tingimento, mas
nele estava escrito de maneira circular, quase formando uma espiral, as frases:
Agora as vidas de todos eles
permeiam suas paredes.
(Agora as vidas de todos eles
permeiam suas paredes)
(Agora as vidas de todos eles
permeiam suas paredes)
Mas nao se preocupe e nao se esqueça:
Aquilo que está morto nao pode morrer
Apenas reerguer-se, mais forte e resistente
(Mas não se preocupe e não se esqueça:
Aquilo que está morto não pode morrer
Apenas reerguer-se mais forte e resistente)
(Mas não se preocupe e não se esqueça:
Aquilo que está morto não pode morrer
Apenas reerguer-se mais forte e resistente)
Um temor e
milhares de questões começaram a fervilhar na mente de Adam, ele andou ainda pasmo,
quase que inconscientemente de volta para seu quarto. Fechou a porta atrás de si e ficou a observar de maneira vazia sua cama, a janela aberta e as poças d’água
que se formavam no chão.
Sua mente estalou
novamente, um pensamento começou a formar-se, uma percepção tenebrosa. Adam
sentiu os olhos começarem a se arregalarem. Seu estômago começou a embrulhar.
Mais um trovão ribombou e ele, com o canto do olho, percebeu alguma coisa
desenhada na parede que estava oposta a janela, mas não havia tempo. Correu o
mais rápido que pode para o banheiro da suíte, virou-se para a privada e, quase
que instantaneamente, vomitou.
“Ele podia ter me matado a qualquer momento...”
Outra golfada. “Eu podia estar morto!” Adam respirou profundamente, limpou um pouco
a boca com papel higiênico, sentindo a garganta queimar. O estômago vazio o
lembrava que ele não havia comido nada quando chegara. Agora ele estava fraco,
desanimado e totalmente apavorado.
“Eu poderia estar morto...”
Não era exatamente
uma das melhores situações, mas Adam sabia que pior que aquilo não podia
existir. E foi pensando assim, em sua sorte por estar vivo, que ele se levantou
e respirou fundo. Não conseguiu se acalmar, mas recuperou o controle do próprio
corpo e sua tremedeira começou a ceder. Nesse estado voltou ao seu quarto e
ligou a luz.
Foi nesse exato
momento que Adam Albarn descobriu uma lição que levaria pelo resto da vida:
Qualquer situação, não importa qual seja, o quão ruim seja, sempre pode piorar.
E junto com essa lição veio a amargura que viria a permear seu espírito pelo
resto de sua existência.
Na parede estava
desenhado um único e simples símbolo, capaz de arrasar Adam ainda mais que as
palavras escritas a sangue no teto do quarto de hóspedes. Por que ele sabia o
que aquele simbolo significava, mas não exatamente. Na parede, do roda-pé até o
teto via-se indubitavelmente o desenho:
C.
Disso Adam saiu em
disparada, seu destino: A cozinha. Chagando lá ele achou o bilhete preso
novamente à geladeira (mas Adam o havia deixado sobre a mesa de jantar...). E
no verso do bilhete, com o mesmo tom de brilhante vermelho, Adam leu:
Nem se preocupe,
Cuidaremos muito, muito bem dela
A reação imediata
foi o telefonema. “Se eu me desesperar
agora, estarei perdido...” Uma ligação perdida. Duas... Três... Adam
começou a entrar em pânico. “Calma... Se
eu me desesperar agora, ELA estará perdida.” Tentou o telefone dos pais
dela. A linha não deu dois toques antes de uma voz grave, com um leve sotaque
francês respondesse do outro lado.
-Alô?
“Isso!”
Pensou. “Ainda há esperança! Com certeza
o bilhete é só um blefe...”
-Sr. Lenoir...-
Adam disse em um tom temeroso.
-Sim, quem serria? Sabe que horras são?
-Sei, sim, Mas é importante! Quem fala é Adam, o noivo
de Caroline, sua filha.
Houve um silêncio
do outro lado da linha. Algo estava errado. E pelo que pareceu uma pequena
eternidade, a linha continuou muda.
-Que piada de mau
gosto é essa?- A voz do senhor estava transtornada.
-O que você quer
dizer? não há piada alguma!
-Não é possible.
-O que você quer
dizer, senhor? A Caroline não está?- Disse suavemente, tentando esconder o
melhor possível seu temor. E ainda assim, ele estava incrédulo, como o pai de
sua noiva não o reconhecia?! Havia algo extremamente
errado em tudo isso.
-Caroline...
Minha doce Caroline...- A voz dele começou a embargar- ma douce fille... Morreu aos sete anos com uma... Aneméie...Não, anemia aguda... De causas
desconhecidas...- Cada palavra soou como se ele estivesse fazendo um esforço
colossal para pronunciá-las- Então se puderes me dizer do que se trata tudo
isso...
Adam já não mais
escutava o que o pai de sua noiva falava... Não havia mais sentido nisso.
"Calma, se eu me desesperar agora... Se eu me
desesperar agora..."
De fato, não
importa o quão ruim as coisas possam parecer...
"... Será meu fim!"
...Elas sempre
podem piorar.
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